Description

Com projeto de José Juvêncio da Silva, começaram os novos Paços do Concelho a construir-se em 7 de Março de 1887, sendo inaugurados em 2 de Janeiro de 1890. De inspiração neoclássica, têm semelhanças óbvias com o palácio municipal de Lisboa construído quase 30 anos antes. O frontão triangular sobre a fachada principal, tem esculpidas, ao centro, as armas de Alenquer (versão da época) em cuja base se inscreve a data «1887», ladeadas por figuras alegóricas representando a Agricultura, o Comércio, a Indústria e o Progresso, trabalho do escultor João Machado. No interior existem interessantes trabalhos de estuque, em particular na sala nobre. Na atual Praça Luís de Camões, outrora a «Praça da Vila», onde se encontra o jardim, datado de 1894, existiu, até 1856, o pelourinho. ÁTRIO Espaçoso, com teto de gesso ornamentado e pavimento de motivos geométricos, com mosaicos cinzentos, negros e brancos, ostenta duas lápides, colocadas em 1955, homenageando os alenquerenses mortos na I Grande Guerra (1914-1918), em África (províncias de Angola e Moçambique) e em França. SALA NOBRE DAS SESSÕES – «SALÃO NOBRE» Decorado ao gosto clássico, está ricamente ornamentado com madeiras e estuque. O teto é profusamente ornamentado com motivos florais e medalhões com temas alegóricos: a Arte, a Agricultura, o Comércio e a Indústria, que envolvem numa bela moldura, as armas velhas do Município. Dignos de menção, modelados em gesso, os bustos de Damião de Góis, Pêro de Alenquer, Camões e D. Manuel I, ilustres personagens ligadas pela vida ou pela obra à vila de Alenquer, uma grande tapeçaria com as armas concelhias e outros elementos decorativos expostos. SALA DR. TEÓFILO CARVALHO DOS SANTOS Originalmente sala de audiências do Tribunal da Comarca é hoje a sala das reuniões e sessões da Câmara e Assembleia Municipais. Concebido como um elegante espaço cénico, desenvolve-se em dois planos: o mais elevado é suportado por colunas metálicas e rematado por uma elegante balaustrada que se debruça sobre o plano inferior. À volta, as paredes são decoradas com «fingidos» em estuque, que imitam silhares de mármore polícromos. O teto tem um relevo em gesso com o escudo nacional, ao qual foi amputada a coroa que o encimava, logo após a implantação da República. CÚPULA OU ZIMBÓRIO Estrutura metálica totalmente envidraçada, ajuda a iluminar a escadaria principal. Em seu torno corre uma varanda de onde se alcança uma interessante panorâmica da vila e de alguns dos seus principais edifícios: Castelo, conventos de São Francisco e de Nossa Senhora da Conceição, Casa da Torre, Igreja e Arcada do Espírito Santo, Fábrica da Chemina. O AUTOR DO PROJETO José Juvêncio da Silva (1853-1925), condutor de obras públicas pelo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, exerceu funções neste distrito, como chefe de conservação de estradas (do Estado), e em Alenquer como condutor de trabalhos da Câmara Municipal. Autor ainda dos projetos de outros edifícios monumentais de Alenquer: o da Fábrica de Lanifícios da Chemina, realizado em 1889, e do Teatro Ana Pereira, anterior a 1892 e já executado em 1895.

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